É novo » 21.12.2012

Para haver Natal este natal
Para haver Natal este natal/ talvez seja preciso reaprendermos/ coisas tão simples!/ Que as mãos preocupadas/ com embrulhos/ esquecem outros gestos de amor./ Que os votos rotineiros que trocamos/ calam conversas que nos fariam melhor./ Que os símbolos apenas se amontoam/ e soltam uma música triste/ quando já não dizem/ aquela verdade profunda.

É novo » 20.12.2012

A vida espiritual é a arte da espera
No Advento é preciso tomar consciência de que é a vinda de Cristo que é preciso esperar; e não esta festa consumista e pagã onde Jesus sufoca sob as ondas do materialismo. Mais profundamente creio que devemos evitar esta espécie de afetividade infantil que consiste em crer que o Menino Jesus vai voltar a nascer em 2012. Jesus nasceu num período preciso, há mais de dois mil anos. Este nascimento pertence à História. Funda a entrada na Nova Aliança. O que esperamos é o seu regresso, a sua vinda na glória. A espera do Advento não é tanto aquela, algo piegas, de um “bebé”, mas a esperança escatológica do regresso de Cristo ressuscitado que virá dar a plenitude às nossas vidas e à História. Esquecemos uma expressão que os primeiros cristãos diziam muito: «Maranatha», «Vem, Senhor!».

Presidente da República elogia diocese de Beja pelo trabalho de preservação e divulgação da arte sacra | IMAGENS |
Cavaco Silva inaugurou a 14 de dezembro a exposição de Natal do Museu da Presidência da República, em Lisboa, composta por obras de arte sacra alentejana, tendo felicitado a diocese de Beja pelo trabalho realizado na preservação e divulgação das suas peças artísticas. A mostra E um Filho nos foi dado – Iconografia do Menino Deus no Alentejo Meridional reúne cerca de uma centena de obras de arte, entre pinturas, esculturas e exemplos de artes decorativas, da Idade Média a 2012. A exposição «dá a primazia à vivência comunitária da devoção ao Deus Menino, sinal da identidade de uma região que se orgulha das suas tradições natalícias, mas propõe uma reflexão mais alargada em torno do diálogo da cultura com a religião».

“Nenhum caminho será longo” é «companhia notável de releitura do evangelho cristão», diz Francisco José Viegas
Francisco José Viegas, escritor e anterior secretário de Estado da Cultura, analisa o pensamento da Igreja Católica em Portugal e elege para as suas «escolhas» o livro “Nenhum caminho será longo”, do padre José Tolentino Mendonça, diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura. A obra recoloca «a amizade no centro da terra árida que é o nosso tempo, falando do silêncio, da imperfeição, do humor, da alegria, da vulnerabilidade, da hospitalidade, da felicidade», salienta em artigo publicado na edição do último domingo do jornal “Correio da Manhã”, que transcrevemos.

— Agenda para hoje —

Lançamento: Investigação multidisciplinar analisa “Identidades religiosas em Portugal”
As ciências sociais da religião mostraram, ao longo das últimas duas décadas, que a religião continua na agenda social, não deixando de estar presente na construção do espaço público, segundo modalidades diversas, no contexto das múltiplas modernidades. Esta nova atenção pública facilitou a proliferação dos discursos acerca do “regresso” da religião, como antes se propagaram os vaticínios acerca da sua obsolescência. A implementação dos estudos sobre as identidades religiosas na sociedade portuguesa poderá contribuir, por um lado, para cultivar, no espaço público, uma racionalidade aberta à crítica das práticas sociais com origem nas tradições e comunidades religiosas, por outro, poderá estimular as comunidades de pertença religiosa na procura de tradução da sua singularidade numa cidadania partilhada, assumindo o risco de uma palavra pública.

É novo » 19.12.2012

O Natal dito na poesia e na música: um vagido que atravessa o coração | VÍDEOS |
«Deus abandonou a sua glória e veio até mim. / Viveu entre tipos insignificantes como eu / Por mim, e em meu lugar, entregou-se / tomando sobre si vergonha e humilhação. / Perante atenções tais dou comigo a pensar: / Quem sou eu? / Se um Rei derramou o seu sangue por mim. / Quem sou eu? / Ele rezou toda a noite por mim». Não, não foi um autor espiritual quem assinou estes versos dedicados ao tema teológico da Incarnação. Talvez constitua uma surpresa, mas estes versos fazem parte do reportório de um mito (e não apenas americano) do rock’n roll, Elvis Presley, morto há mais de trinta anos, mas que continua a ser celebrado, amado e até idolatrado. O seu universo poético e musical não unia apenas transgressões exasperadas, convenções e esteriótipos, protesto e felicidade rápida, mas combinava também o country branco com o rythm and blues negro, cujos temas tinham frequentemente uma espessura espiritual.

Leigos, uma novidade conciliar?
Casado, solteiro ou viúvo, e de acordo com a sua vida social e profissional, doente ou saudável, o leigo enriquece a sua espiritualidade diária no contexto em que se processa a sua vida. É da vivência da fé, esperança e caridade que sai a luz e a inspiração para realizar a sua missão de cristão no mundo, evangelizando, renovando pela força do Evangelho a vida temporal, dando como sinal distintivo do cristão, onde quer que se encontre, o mandamento do amor. Tudo isto traduzido em obras que vão desde o esforço de reconciliação ao serviço da defesa dos direitos humanos e do exercício dos deveres próprios, ao empenhamento a favor dos mais pobres e mal-amados da sociedade, sempre em atitude gratuita, solidária e fraterna.

Deus nasce no silêncio
Há um exercício para o qual os monges do passado nos convidam. Dizem eles: em nós mesmos já se encontra um espaço de silêncio. É o espaço onde se situa em nós o Reino de Deus, o espaço onde Deus nasce em nós. Exponho-me a esse espaço e, por assim dizer, atravesso todos os sentimentos de desprazer, de angústia, de ciúme, de tristeza, de inveja, e percorro todos os sentimentos de culpabilidade até ao fundo. Não fico preso nestes sentimentos mas, antes, tenho toda a confiança na presença, para cá das emoções e das paixões, deste espaço de silêncio.

Espiritualidade cristã da árvore de Natal | IMAGENS |
«Ao prepararmo-nos para celebrar com alegria o nascimento do Salvador nas nossas famílias e nas nossas comunidades eclesiais, quando uma certa cultura moderna e consumista tende a fazer desaparecer os símbolos cristãos da celebração do Natal, seja compromisso de todos colher o valor das tradições do Natal, que fazem parte do património da nossa fé e da nossa cultura, para as transmitir às novas gerações. Em particular, ao ver estradas e praças das cidades enfeitadas com luzes resplandecentes, recordemos que estas luzes evocam outra luz, invisível aos olhos, mas não ao coração. Enquanto as admiramos, ao acendermos as velas nas igrejas ou a iluminação do presépio e da árvore de Natal nas casas, o nosso ânimo se abra à verdadeira luz espiritual trazida a todos os homens de boa vontade. O Deus connosco, nascido da Virgem Maria em Belém, é a Estrela da nossa vida!» Excertos de João Paulo II e Bento XVI acompanhados por imagens de 2012 de árvores de Natal do Vaticano e de outros locais do globo.

Nós todos, todos nós precisamos de Ti, só de Ti e de ninguém mais

É novo » 18.12.2012 (2)

“No princípio era a Palavra”: antologia recolhe poemas de um bispo e 14 padres
A antologia “In principio erat Verbum – No princípio era a Palavra”, coordenada pelo padre Davide Gonçalves, da diocese de Leiria-Fátima, apresenta os melhores poemas de um bispo e 14 padres portugueses «do início do século XXI». Cada autor «fez seu este projeto e, de Norte a Sul de Portugal, até à ilha da Madeira e a S. Tomé e Príncipe, decidiram colaborar com sete poemas».

É novo » 18.12.2012

De onde podemos esperar a alegria?
Poetas, artistas, pensadores, homens e mulheres simplesmente disponíveis a alguma certa luz interior puderam, antes da vinda de Cristo, e podem nos nossos dias, experimentar de alguma maneira a alegria de Deus. Mas como não ver ao mesmo tempo que a alegria é sempre imperfeita, frágil, quebradiça? Por um estranho paradoxo, a mesma consciência do que constitui a verdadeira felicidade, para além de todos os prazeres transitórios. compreende também a certeza de que não há felicidade perfeita. A experiência da finitude, que cada geração vive, obriga a constatar e a sondar a distância imensa que separa a realidade do desejo de infinito. Este paradoxo e esta dificuldade de alcançar a alegria parece-nos especialmente prementes nos nossos dias. A sociedade tecnológica conseguiu multiplicar as ocasiões de prazer, mas considera muito difícil conceber a alergia. Porque a alegria tem outra origem. É espiritual.

Adriano Moreira dá voz ao “passo-a-rezar” do Dia de Natal
O professor Adriano Moreira é a voz da meditação que o projeto “passo-a-rezar” propõe para o Dia de Natal, culminando uma semana especial que conta com participação de Inês Herédia, estudante de Teatro em Londres que se destacou na última edição do programa “Ídolos”. As meditações de Natal, que começam esta quarta-feira e termina no dia 25 de dezembro, são uma recolha de comentários do papa Bento XVI às leituras bíblicas proclamadas nas missas da época natalícia.

Vigararia de Roma apresenta segunda fase do projeto “Uma porta para o Infinito. O homem e o Absoluto na arte”
A vigararia de Roma promove esta terça-feira uma conferência de imprensa para apresentar a segunda fase do projeto “Uma porta para o Infinito. O homem e o Absoluto na arte”, iniciativa realizada em parceria com o Pontifício Conselho da Cultura. Os eventos que têm como tema “O Todo no fragmento” preveem atuações de música sacra, que chegarão também às igrejas periféricas da capital, instalações de artistas contemporâneos e uma sessão teatral. Encontrar um ponto de vista comum, privilegiado e espiritual, no seio da grande orquestra de estímulos que a arte oferece é a finalidade desta ideia. Do espaço à luz, das magnificentes arquiteturas do passado às expressões artísticas mais contemporâneas, do movimento musical ao gesto escultórico, da ação à palavra (no teatro), do som à cor (no cinema).

A espera da vinda de Deus em S. Paulo: «como um ladrão»
Na primeira carta aos Tessalonicenses encontramos um último passo conclusivo: «A respeito da época e do momento, não há necessidade, irmãos, de que vos escrevamos. Pois vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como um ladrão, de noite.» A vigilância significa a recusa de se indagar sobre o como e sobre o quando. O futuro não está nas nossas mãos. Mas a vigilância também significa o estar despertos: o como e o quando não está nas nossas mãos, mas a vinda do Senhor é um facto certo. Mantém-te sempre pronto. Não te deixes distrair. Não é só o mal que existe para nos distrair; podemos também deixar-nos sufocar por coisas legítimas que no entanto se tornam nas coisas mais importantes, capazes de nos distraírem: dinheiro, carreira e êxito, bem-estar e outras coisas deste género.

É novo » 17.12.2012

Livros para ler e oferecer
“A esperança que nasce da palavra”, “A Igreja e a sexualidade”, “A infância de Jesus”, “A pregação”, “A vida de oração”, “Abri as portas a Cristo”, “Antes de tudo o abraço”, “Aprender a acreditar”, “As 23 mulheres do Concílio”, “Caminhos de interioridade com S. Francisco de Assis”, “Celebrção do TemCredo, Domine”, “Crer, imagens de uma aventura”, “Deus dinheiro e consciência”, “Dominus Est”, “É Natal, Cristo nasceu”, “Eis o mistério da fé”, “Estação dEvangelho diário”, “Fé acreditada, fé rezada”, “Frei Bento Domingues e o incómodo da coerência”, “Identidades religiosas em Portugal”, “Lógicas de ação social no contexto católico”, “Mostrar Cristo ao mundo”, “Nenhum caminho será longo”, O Átrio dos Gentios”, “O Concílio Vaticano II – Uma história nunca escrita”, “O jejum”, “O mundo no coração da Igreja”, “Orações para todas as ocasiões”, “Os dez mandamentos”; “Padres e Doutores da Igreja”, “Pequeno catecismo para a família”, “Quem foi/quem é Jesus Cristo?”, “Rafael, o anjinho maestro”, “S. Francisco de Assis”, “Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem”, “Vaticano II ao alcance de todos”, “Viver o Ano da Fé”, “Viver uma fé adulta”: perto de 40 livros para ler e oferecer neste Natal a partir da recolha de algumas das novidades publicadas nos últimos meses.

Deus que vens de Deus
Deus que vens de Deus,/ horizonte da nossa linguagem e do nosso desejo

Estrela
Que a Tua estrela nos encontre disponíveis/ para a viagem/ mesmo sem que percebamos tudo

É novo » 15.12.2012

Estamos de esperanças: três figuras para um presépio
«Está de esperanças», dizemos de uma mulher que espera bebé. Maria está para gerar na carne Aquele que é desejado há tanto tempo. Haverá sabedoria maior que a de acompanhar a gravidez das biografias e dos tempos? Tudo o que somos tem necessidade de uma longa gestação. Leva tempo a gerar o que devemos fazer nascer: uma criança, um livro, uma decisão de vida, uma vida inteira. Quanta história e quantas histórias foram precisas para que o Filho encarnasse no ventre de Maria? Quantas para que fosse dado à luz? E quanta história e histórias para que S. João chegasse a dizer que Deus é amor? Um corpo de menino, uma frase tão curta, mas uma longuíssima e dramática gestação. Muito tempo foi preciso para dizer tanto e tão sobriamente. E mais tempo precisamos ainda para que este mistério nos faça viver na Sua luz. Hoje, penso na Igreja como um presépio – lugar humano onde, em palavras e gestos, em arte e pensamento, se dá e se acompanha este milagre difícil que é a vida.

É novo » 14.12.2012

A importância do agora: os desafios de um cristianismo sapiencial (8) | VÍDEO |
«A fé é uma sabedoria que se matura. De que me serve ganhar o mundo se vivo uma vida desencontrada, que não me pertence?» «No conto “O Principezinho”, o protagonista encontra-se com o inventor de pílulas que curavam toda a sede; com elas poupavam-se 12 minutos por dia, o tempo que se leva a beber copos de água.» «Então o Principezinho disse-lhe: se eu tivesse 12 minutos, aquilo que eu fazia era caminhar devagarinho para uma fonte. Seja também isso que fazemos neste Ano da Fé.» Última parte da conferência “A importância do agora: os desafios de um cristianismo sapiencial”, proferida pelo padre José Tolentino Mendonça, diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura.

O presépio-lapinha madeirense | IMAGENS |
Uma análise, ainda que sumária, dos Presépios e Lapinhas madeirenses, leva-nos à conclusão de que o madeirense, em geral, não se fica pelo presépio clássico, vindo da vivência de Francisco de Assis, mas trata de colocar em cena toda a sua vida, os costumes da sua vida religiosa e social. O lavrador madeirense, sem muito tempo e posses para armar presépios clássicos, arma a Lapinha (designação que faz referência à gruta do nascimento). Coloca, junto da parede da casa fronteira à porta de entrada, uma mesa coberta com a colcha da rede, vermelha e enramada, e estende sobre esta uma toalha branca, cheia de rendas. Na parede, faz um arco com os ramos de alegra-campo, ornado com flores e cadeias de papel de cor.

É novo » 13.12.2012

A humanidade do nosso tempo ainda espera um Salvador?
Tem-se a impressão de que muitos consideram Deus fora dos seus interesses. Aparentemente não precisam d’Ele; vivem como se Ele não existisse e, ainda pior, como se fosse um “obstáculo” a superar para se realizarem a si mesmos. Também entre os crentes temos a certeza há quem se deixa atrair por quimeras aliciantes e distrair por doutrinas desviantes que propõem atalhos ilusórios para obter a felicidade. Mas como devemos preparar-nos para abrir o coração ao Senhor que vem? A atitude espiritual da expectativa vigilante e orante permanece a característica fundamental do cristão neste tempo de Advento. Nascendo entre nós, que o Menino Jesus não nos encontre distraídos ou comprometidos simplesmente a embelezar com iluminações as nossas casas. Ao contrário, preparemos na nossa alma e nas nossas famílias uma habitação digna onde Ele se sinta acolhido com fé e amor.

Nova edição da revista “Communio” analisa 50 anos do Concílio Vaticano II | IMAGENS |
«O anúncio de um concílio, nas palavras proferidas por João XXIII no dia 25 de janeiro de 1959, permanece como acontecimento inscrito no âmago da memória do século XX. Entre a sessão inaugural, a 11 de outubro de 1962, e o seu encerramento, a 8 de dezembro de 1965, descobre-se uma Igreja em estado de gestação. Cinquenta anos depois, encontramos, na geografia de algumas sensibilidades, um olhar de distanciamento ou deceção em relação ao evento conciliar: uns desvalorizam-no em nome da continuidade de um edifício doutrinal que lhe é anterior; outros apresentam-se dececionados por acharem que o processo de aggiornamento teórico não encontrou as formas de tradução prática.» Conheça os autores, temas e resumos dos artigos deste número.

A importância do agora: os desafios de um cristianismo sapiencial (7) | VÍDEO |
Sobre o saborear devagar, aos poucos, sem querer desvendar o enigma de uma só vez, sabendo que é preciso regressar sempre: «Uma história dos Padres do Deserto falava de um mestre de noviços que era calígrafo. Veio o noviço e o ancião passou-lhe a página para meditar. O noviço agarrou-a e foi para a sua cela, mas ao chegar ficou horrorizado porque o ancião tinha escrito só as consoantes. Voltou para junto dele e disse-lhe: “Mestre, talvez te tenhas enganado porque me deste um texto só escrito com consoantes”. E o ancião responde-lhe: “Vai para a tua cela, medita nas consoantes, e depois vem para receberes as vogais.» «Nós queremos tudo ao mesmo tempo: as consoantes e as vogais, o passado e o futuro, o ontem e o hoje, o que se vê e o que não se vê, a terra e a lua, porque achamos que só essa totalidade nos dá o sentido profundo das coisas. Mas, e isto é de uma grande sabedoria espiritual, nós temos o que precisamos.»

A espera da vinda de Deus em S. Paulo (1)
Na sua primeira reflexão cristológica – verificável, por exemplo, nas duas cartas aos Tessalonicenses -, Paulo sublinha, segundo parece, com particular insistência a espera do Senhor. Paulo retoma a essência da identidade cristã situando-a em volta de quatro indicações: converter-se a Deus, afastar-se dos ídolos, servir o Deus verdadeiro, esperar a nova vinda de Jesus. «Que Ele confirme os vossos corações, e vos torne irrepreensíveis e santos na presença de Deus, nosso Pai, por ocasião da vinda de nosso Senhor Jesus com todos os seus santos!». Como se vê, o encontro com Cristo glorioso é o tema mais lato da esperança cristã. O quadro fica mais completo, relativamente a 2,19: há aqui a menção a Deus Pai, juntamente com a menção à assembleia e ao cortejo dos santos. Isto leva-nos a pensar na última vinda, na qual, como poderá ler-se também em Mateus 25,31-46, será premiado ou castigado o modo de agir dos homens, particularmente o dos cristãos.

O Natal dos primeiros cristãos, segundo os Padres da Igreja | IMAGENS |
«Preparemo-nos pois, irmãos, para acolher o natal do Senhor, adornemo-nos com vestes puras e elegantes! Falo, claro está, das vestes da alma, não do corpo… Adornemo-nos não com seda, mas com obras boas! Pois as vestes elegantes ornam o corpo, mas não podem adornar a consciência; pois seria muito vergonhoso trazer sob elegantes vestes elegantes, uma consciência contaminada. Procuremos acima de tudo embelezar os nossos afetos íntimos, e poderemos então vestir belas roupas; lavemos as manchas da alma para usarmos dignamente roupas elegantes!»

Mais de um milhão de seguidores esperaram pelas primeiras palavras enviadas da conta oficial do Bento XVI no Twitter
Mais de um milhão de pessoas registaram-se na conta oficial de Bento XVI no Twitter, que o próprio papa inaugurou esta quarta-feira com o toque de um dedo no ecrã táctil de um “tablet”. «Queridos amigos, é com alegria que entro em contacto convosco via twitter. Obrigado pela resposta generosa. De coração vos abençoo a todos» foram as primeiras palavras em português, uma das oito línguas usadas nesta plataforma. Seguiram-se três perguntas e três respostas, totalizando sete “tweets” no primeiro dia.

Diretor da Pastoral da Cultura participa em debate em Montemor-o-Novo e comenta cantos de Natal em Lisboa | VÍDEO |
O diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, padre Tolentino Mendonça, é um dos convidados do último encontro do ciclo “Sinais de Fumo – Conversas para além da crise”, que se realizou mensalmente em Montemor-o-Novo desde fevereiro. O poeta e biblista integra uma reflexão sobre “Indivíduo e Alteridade – O luto social perante a crise”, em que também intervêm Vasco Santos e Ana Duarte Silva, com moderação de Carlos Vaz Marques. No domingo o padre Tolentino Mendonça participa na iniciativa “Cantos da Natividade – A mística do Sul”, agendada para as 17h00 na igreja de Santa Isabel, em Lisboa.

“O Hobbit – Uma viagem inesperada”: a defesa do Bem por heróis que de pequenos se fazem grandes | IMAGENS + VÍDEO |
Passam nove anos desde que a trilogia “Senhor dos Anéis” estreou o último episódio em Portugal. A obra do escritor sul africano John Ronald Reuel Tolkien, que apaixona gerações desde a década de 50, conquistou uma vasta quantidade de público e de crítica graças à adaptação cinematográfica dirigida por um mestre do cinema fantástico, Peter Jackson, e a sua equipa. Sobejamente aguardado, chega agora às salas de cinema o primeiro de três novos episódios da obra que justificou a reunião da irmandade do anel: “O Hobbit”, publicado em 1937. Visto em 3D, “O Hobbit – Uma Viagem Inesperada” é um entusiasmante regresso ao espírito venturoso de Tolkien e à sobeja riqueza simbólica das suas criações, onde o Bem e o Mal se confrontam num combate protagonizado não por heróis com super poderes, nem pelo recurso à magia, mas por gente que de pequena, simples e humilde se faz grande: desacomodando-se pela defesa do Bem, não em causa própria mas comum – o direito de outro povo à sua terra.

— Agenda para hoje —

Lançamento do livro “A Palavra para os Homens”, coletânea de textos do padre João Resina
O livro “A Palavra para os Homens”, coletânea de textos do padre João Resina (1930-2010) publicada pela Paulus Editora, vai ser apresentado no dia 13 de dezembro na paróquia do Campo Grande, em Lisboa, onde foi coadjutor. «A atenção constante ao mundo foi paradigma de toda a sua vida. Era um homem do mundo, um engenheiro químico, que se apaixonara pelo sacerdócio, mas que não deixara de estar no mundo, para com a sua reflexão e ação trazer a todos os acontecimentos a luz do Evangelho. Por isso ajudou a formar inúmeros cristãos, hoje pessoas responsáveis na cultura, na economia, na vida pública, na ação social. Formar cristãos, para atuarem como cristãos no mundo, foi esse o objetivo, sempre, que ele se exigia na orientação das consciências. (…) Sacerdote exemplar, homem de fé e de cultura, com um apaixonado amor a Jesus Cristo e uma grande devoção à Igreja, que não deixou de reconhecer santa e pecadora, o padre João não foi uma luz que se apagou, mas é uma presença que continua viva.»

É novo » 12.12.2012

«Continuemos a caminhar na esperança!»
«É importante saber: eu posso sempre continuar a esperar, ainda que pela minha vida ou pelo momento histórico que estou a viver aparentemente não tenha mais qualquer motivo para esperar. Só a grande esperança-certeza de que, não obstante todos os fracassos, a minha vida pessoal e a história no seu conjunto estão conservadas no poder indestrutível do Amor e, graças a isso e por isso, possuem sentido e importância, só uma tal esperança pode, naquele caso, dar ainda a coragem de agir e de continuar»: palavras de Bento XVI na encíclica “Spe salvi”. E ao deixar Portugal, a 14 de maio de 2010, o papa deixou o convite: «Continuemos a caminhar na esperança». Um apelo que recordamos neste Advento, talvez o tempo litúrgico onde mais se acentua a espiritualidade da espera. A psicóloga Helena Marujo e o teólogo católico João Manuel Duque consideram que cultivar a esperança é uma atitude essencial para resistir às consequências da crise económica, sustentar a confiança e acolher o Natal.

Relação entre fé e cultura é essencial numa sociedade onde Deus «não entra nos indicadores de bem-estar»
A Igreja Católica precisa de «novas escolhas culturais, pastorais, teológicas» capazes de «interagir» com a sociedade. O papa Paulo VI realçou que «se a fé não é capaz de elaborar cultura, arrisca-se a ser tangencial à vida», não incorporando «elementos significativos na existência», lembrou Carmelo Dotolo na intervenção intitulada “Novas linguagens na transmissão da fé”. O professor leigo referiu a necessidade de este tempo «pós-cristão» ser avaliado «não com um juízo negativo» mas na convicção de que o «Espírito Santo» oferece aos católicos a possibilidade da «conversão cultural do crer». A escuta das palavras do quotidiano e de Deus, a redescoberta da «fraternidade eclesial» que se abre à «colaboração na diversidade», o alargamento dos ministérios (serviços) na Igreja, a contribuição para a «transformação do mundo» e a «coragem de alimentar a interioridade de espiritualidade» constituem os desafios que, segundo Carmelo Dotolo, os católicos são chamados a responder.

O número 12 na Bíblia
Hoje é dia 12.12.2012, data prevista em alguns círculos para o fim do mundo. Na Bíblia, onde os números têm significados que diferem do aritmético e oferece, um alcance que não tem qualquer relação com a quantidade que representam, que interpretações são dadas ao 12? «O 12 é o número da universalidade. Por isso é que no Evangelho de S. Lucas, no capítulo 10, se diz que havia não apenas 12 discípulos mas mais» [72], explicou o biblista Joaquim Carreira das Neves ao Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura.

Nuno Teotónio Pereira e o Movimento de Renovação de Arte Religiosa: um reencontro «emocionante» | IMAGENS |
O arquiteto Nuno Teotónio Pereira, que a Igreja Católica distinguiu em 2012 com o Prémio Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes, qualificou de «emocionante» o reencontro que teve esta terça-feira com alguns dos fundadores do Movimento de Renovação de Arte Religiosa, e disse ter «saudades» desse tempo. «Fizemos o trabalho muito entusiasmados. Havia dificuldades e opositores mas isso estimulava-nos porque estávamos muito crentes na necessidade do nosso trabalho; não podíamos ficar de braços cruzados», afirmou ao recordar o movimento criado nos anos 50 do século XX. Para Nuno Teotónio Pereira «a construção de igrejas «estará sempre muito ligada a um espírito vanguardista, que enalteça e favoreça a missão da Igreja», favorecendo a «funcionalidade», isto é, proporcionar aos fiéis «boas condições para os congregar e acentuar os seus laços de fraternidade».

Para ser verdadeiro homem, Jesus tinha de viver como pobre
Para ser verdadeiro homem, Jesus tinha de viver como pobre. Por ser verdadeiro Deus ensinou-nos que só o amor torna possível a justiça e a paz. Todo o homem e, por maioria de razão, todo o cristão, precisa de lutar contra esta injustiça que envenena o mundo. E ainda tratar todo o ser humano como pessoa, igual a si na dignidade de homem e de filho de Deus, e nunca como um escravo, como uma coisa, como um meio. Tratar o trabalhador como irmão. Saber que a amizade e o amor são partilha e comunhão, mas não são servidão nem sujeição. Tomar consciência de que o mundo está cheio de seres humanos carentes de cuidados e de diálogo – crianças e adolescentes, idosos, pobres, doentes, pessoas diminuídas ou a arrastar vidas cinzentas, até criminosos –, mas ter o discernimento de não colocar essas pessoas na dependência, não lhes incutir falsas esperanças, não ter um tipo de presença que as deforme.

“A vida de Pi”: da Índia ao Pacífico, uma aventura entre Deus e as feras | VÍDEO |
Aprendendo as primeiras leis da vida com os animais do zoo, Pi desde cedo se interroga sobre a sua identidade religiosa, retirando de cada uma das influências aquilo que lhe parece fazer sentido. À revelia de um pai agnóstico auto proclama-se cristão. Quando a viabilidade do zoo é ameaçada e a família decide partir para o Canadá, o barco em que seguem sofre uma violenta tempestade. Desde o anúncio de adaptação de “A Vida de Pí”, do escritor canadiano Yann Martel, ao cinema, sob direção do oscarizado Ang Lee (“O Segredo de Brokeback Mountain”, “O Tigre e o Dragão”), paira no ar a interrogação sobre a sua capacidade de transpor ou reinterpretar a maior riqueza da obra literária: as interrogações e reflexões de um rapaz na passagem à idade adulta sobre o sentido da vida e da existência. Reflexões que surgem de forma mais evidente ou subliminar na relação fabulosa de Pi com os animais e inevitavelmente nos momentos de maior tragédia e espanto, ante a experiência do desespero ou da solidão. Na ausência e na magnânima presença de Deus.

— Agenda para hoje —

3.ª edição do ciclo de cinema católico “Revelar-Te” propõe quatro filmes e quatro comentadores | VÍDEOS |
O anterior reitor da Universidade Católica Portuguesa, Manuel Braga da Cruz, e o jornalista Francisco Sarsfield Cabral são duas das personalidades convidadas para comentar filmes em cartaz na terceira edição do ciclo de cinema “Revelar-Te”, que decorre de 12 a 15 de dezembro. “La Strada”, “A Árvore dos Tamancos”, “A Última das Guerras” e “Joyeux Noël” são as películas a apresentar. As sessões têm entrada gratuita.

“RevelAr-Te”: Igreja Católica leva perspetiva cristã do cinema ao centro da cidade
Mostrar a perspetiva cristã sobre filmes marcantes da história do cinema num espaço referencial de uma das maiores cidades portuguesas é um dos objetivos do “RevelAr-Te”, que começa esta terça-feira em Almada. «Por escolha deliberada não fazemos este ciclo num salão paroquial nem num colégio católico, mas naquela que é, talvez, a principal sala da programação cultural da Câmara Municipal de Almada», o Fórum Romeu Correia, explicou ao Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura o padre Pedro Quintella, mentor da iniciativa. «Reconhecemos na arte do cinema essa grande capacidade de revelar e dizer a presença de Deus», realçou o sacerdote.