“Nenhum caminho será longo – Para uma teologia da amizade”: excertos (2)
A despedida talvez seja a parte mais difícil da amizade. Não se pode dizer muita coisa. Acho que aprendemos devagar, por vezes com muito custo, por vezes mais serenamente, e ambas as coisas estão certas. Aprendi alguma coisa sobre a arte da despedida com o poeta italiano Tonino Guerra e a sua mulher. Parece que é uma tradição russa (ou pelo menos, eles explicavam-na assim). Antes de partir, ficávamos junto uns dos outros, por uns instantes, em puro silêncio. E, depois, despedíamo-nos de um modo leve, quase alegre, como se não nos fôssemos realmente ausentar. Aqueles instantes de silêncio, porém, tinham atado os nossos corações com uma força que raras palavras teriam. Quando, nas despedidas da vida, nos parece que ficou, inevitavelmente, alguma coisa ou quase tudo por dizer, é bom pensar naquilo que o silêncio disse, ao longo do tempo, de coração a coração.
Seminário reflete sobre Teologia Moral após o Vaticano II e lembra participação de D. António Ferreira Gomes no concílio
A Fundação Spes organiza a 13 de outubro, no Porto, o seminário “Teologia moral na dimensão política: nos 50 anos do II Concílio do Vaticano”, que também evocará o papel desempenhado na assembleia por D. António Ferreira Gomes, antigo bispo diocesano, que participou no Concílio Vaticano II enquanto membro da Comissão dos Seminários e Estudos, e nessa qualidade interveio na aula conciliar oferecendo a sua perspetiva no âmbito do ecumenismo, Igreja no mundo e liberdade religiosa. Antes, em 1959, foi aconselhado a retirar-se para férias, depois de críticas ao regime ditatorial que vigorava em Portugal. Só seria autorizado a regressar 10 anos depois.
Centro de Cultura Católica recorda Concílio Vaticano II e propõe “redescobrir o caminho da fé”
O Curso Básico de Teologia proposto pelo Centro de Cultura Católica, da diocese do Porto, vai contar com uma disciplina sobre o Vaticano II, iniciado há 50 anos (11 de outubro de 1962), que pode ser frequentada isoladamente. A 9 de outubro é exibido o documentário “O Concílio: História do Vaticano II”, de Alberto Melloni, e no dia 20 do mesmo mês Arnaldo Pinho, professor da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa (Porto) profere a conferência “Concílio Vaticano II: Novidade e Receção”. No ano letivo de 2012-13 está igualmente previsto um conjunto de cursos e atividades formativas subordinadas ao tema “Redescobrir o Caminho da Fé”.
Dia Mundial da Música: Bento XVI e a música | IMAGENS |
Do contacto do coração com a Verdade que é Amor [Cristo] nasce a cultura, nasceu toda a grande cultura cristã. E se a fé permanecer viva, também esta herança cultural não morrerá, mas permanecerá viva e presente. Os ícones falam também hoje ao coração dos fiéis, não são realidades do passado. As catedrais não são monumentos medievais, mas casas de vida, onde nos sentimos “em casa”: encontramo-nos com Deus e encontramo-nos uns com os outros. Nem sequer a grande música o gregoriano, ou Bach, ou Mozart é algo do passado, mas vive da vitalidade da liturgia e da nossa fé. Se a fé for viva, a cultura cristã não se tornará algo do “passado”, mas permanecerá viva e presente. E se a fé for viva, também hoje poderemos responder ao imperativo que se reitera sempre de novo nos Salmos: “Cantai ao Senhor um cântico novo”.
Dia Mundial da Música: Joana Carneiro escolhe uma música para Portugal: Sinfonia da Ressurreição, de Mahler | VÍDEO |
Convidada a dedicar uma música a Portugal diante da atual situação económica e social do país, a maestrina Joana Carneiro escolheu a Sinfonia n.º 2, conhecida por Sinfonia da Ressurreição, de Gustav Mahler, e em particular o andamento “Ulricht” (luz primordial). Em declarações proferidas na 8.ª Jornada da Pastoral da Cultura, realizada no dia 22 de junho em Fátima, a diretora de orquestra sublinhou que a música do compositor austríaco (1860-1911) evoca «uma luz que sempre existiu e sempre existirá», mesmo nos cenários mais sombrios da história humana. Portugal precisa de ser inspirado por uma «música que empreende» e que promove um espírito inconformista de criação, afirmou.Veja a entrevista a Joana Carneiro e ouça o andamento escolhido.
Dia Mundial da Música: “Alma Mater”, música contemporânea com palavras de Bento XVI | VÍDEO + ÁUDIO |
O disco (CD e DVD) «Alma Mater», apresenta oito peças que combinam a música com reflexões e orações sobre a Virgem Maria que o Papa apresentou no Vaticano e nas suas peregrinações por todo o mundo, em particular pelos diversos santuários marianos. Os compositores – o italiano Stefano Mainetti (católico), o inglês Simon Boswell (ateu) e o marroquino Nour Eddine (muçulmano) – misturam a tradição gregoriana com a música clássica contemporânea, incluindo apontamentos do mundo árabe e hindu. Escute algumas das músicas.
Dia Mundial da Música: música e religião
O mais despretensiosamente que nos fosse possível quereríamos dar uma ideia de que seja a verdadeira religiosidade na música; a sua serventia e a sua grandeza, enquanto meio -entre material e espiritual, atuante na via unitiva, o caminho místico que nos deve conduzir a Deus. Muita da pretensa religiosidade de certa música é apenas sentimentalismo ou filantropia e, repito, esse é o escolho do compositor e a pedra de toque do crítico para a separar da verdadeira religiosidade…
Dia Mundial da Música: Bruce Springsteen, entre o rock e a Bíblia, diz jornal do Vaticano | VÍDEO |
O norte-americano Bruce Springsteen, que cantou este ano em Lisboa num concerto para mais de 80 mil pessoas, pegou no mapa para voltar a uma casa feita de rock e Bíblia, diz a edição mais recente do jornal do Vaticano, L’Osservatore Romano. Com o seu «novo, forte, intenso e sólido álbum», “Wrecking Ball”, o “Boss” «fez novamente enamorar de si os milhões de fãs espalhados pelo mundo» e «acrescentou uma nova página à sua narrativa, pessoal mas capaz de colher o universal, da América», refere o artigo assinado por Andrea Monda. «O facto é que Springsteen manteve sempre um diálogo à distância com o texto bíblico, revisitando-o continuamente no seu repertório», desde a música de abertura do seu primeiro álbum, lançado em 1973, em que se declarava, com um evidente eco paulino, “Blinded by the light” (cego pela luz), recorda o artigo.
Dia Mundial da Música: Joana Carneiro: dirigir «é uma forma de oração»
A maestrina Joana Carneiro considera que dirigir orquestras «é uma forma de oração» e de «sair de um plano terreno e chegar a qualquer coisa de inexplicável». «Foi-me dado o dom que tenho, Gratuitamente. O dom para a música, para a comunicação através do meu corpo. É uma história bíblica, a parábola dos talentos. O que é que fazemos com o que nos é dado? Escondemos na terra ou investimos para que os três talentos que nos dão se transformem em dez?».
Dia Mundial da Música: De Mozart aos Muse na “playlist” do Vaticano | VÍDEO + ÁUDIO |
O MySpace pediu a várias personalidades para contribuírem com as suas «playlists» para o MySpace Music. Este site, lançado a 3 de dezembro de 2009 no Reino Unido, faz «streaming» de músicas e vídeos, sendo totalmente financiado por publicidade. Na contribuição do Vaticano, compilada pelo Pe. Giulio Neroni, o mesmo que esteve por detrás do mais recente álbum “Alma Mater” com a voz do papa, podem encontrar-se artistas tão variados como Mozart e os Muse. Talvez a entrada mais surpreendente seja a 10ª. A música “Changes”, do falecido Tupac Shakur, inclui muitos versos sobre droga e racismo.
Dia Mundial da Música: “A música de Deus” – P. José Tolentino Mendonça e a entrega do Prémio Árvore da Vida 2011 a Eurico Carrapatoso
Há dimensões da verdade do homem que a música ilumina melhor do que outras linguagens. Na música, na grande música, percebemos como o Ser Humano só realmente se entende na abertura ao universal, na vizinhança do mistério e do infinito. A música é uma grafia da alma, mais do que uma técnica. Não é ao silêncio que a música se opõe, mas ao ruído. A música toma como matéria o silêncio e entreabre-o, e transfigura-o até ele ressoar, em puro fulgor.
Dia Mundial da Música: Joana Carneiro escolhe uma música para Bento XVI | ÁUDIO |
Pareceu-me apropriado escolher uma peça do nosso repertório contemporâneo. O Papa ainda há poucos meses falou para os artistas na Capela Sistina e falava da responsabilidade que nós temos, como artistas, de rodear a nossa humanidade com beleza e que a forma como nós vivemos a fé só pode melhorar a relação que o mundo tem com a beleza. E o Espírito pode alimentar esta relação com aquilo que vai para além do terreno e do que é material.