Átio dos Gentios em Assis vai ser a primeira iniciativa do Ano da Fé | IMAGENS |
A realização do Átrio dos Gentios em Assis, a 6 de outubro, vai ser o primeiro ato do Ano da Fé, mesmo antes da sua abertura oficial, marcada para o dia 11 do mesmo mês, revela o calendário publicado na edição desta quarta-feira do jornal do Vaticano, L’Osservatore Romano. A sessão que decorre na cidade italiana onde nasceu S. Francisco (1182-1226) é dedicada ao tema “Deus, este desconhecido”.. «O Átrio dos Gentios, integrado no Conselho Pontifício da Cultura, quer reunir e dar forma ao grito muitas vezes silencioso e despedaçado do homem contemporâneo em direção a um Deus que para um número crescente de pessoas permanece um “Deus desconhecido”», sublinha o texto de apresentação.
Arte e oração
Talvez vos tenha acontecido algumas vezes, diante de uma escultura, de um quadro, de certos versos de uma poesia ou de uma peça musical, sentir uma emoção íntima, ter uma sensação de alegria, ou seja, sentir claramente que diante de vós não havia apenas matéria, um pedaço de mármore ou de bronze, uma tela pintada, um conjunto de letras ou um cúmulo de sons, mas algo maior, algo que «fala», capaz de sensibilizar o coração, de comunicar uma mensagem e de elevar a alma. A arte é capaz de expressar e de tornar visível a necessidade que o homem tem de ir além daquilo que se vê, pois manifesta a sede e a busca do infinito. Aliás, é como uma porta aberta para o infinito, para uma beleza e para uma verdade que vão mais além da vida quotidiana. E uma obra de arte pode abrir os olhos da mente e do coração, impelindo-nos rumo ao alto.
Jesuítas e investigação científica em Portugal: factos e enganos
Um dos eixos centrais das campanhas e da abundante propaganda levada a cabo pelo Marquês de Pombal contra a Companhia de Jesus consistiu em apresentar os Jesuítas como os principais responsáveis pelo atraso educativo e científico português em contexto europeu. Este conceito de que os Jesuítas eram incultos e contrários ao progresso científico foi apropriado, com grande competência, pela sociedade portuguesa no período pós-Pombalino e manteve-se praticamente inalterado até ao restabelecimento oficial da Companhia em Portugal, no ano de 1880. Num Portugal dominado pela visão positivista de Auguste Comte (1798-1857), o argumento utilizado pelo Partido Republicano Português para a expulsão das ordens religiosas a 8 de outubro de 1910 foi ainda o de que os Jesuítas eram o maior obstáculo ao progresso científico em Portugal. A longevidade e influência do argumento que relaciona os Jesuítas com o atraso científico foi de tal modo significativa na cultura portuguesa que se tornou quase que uma premissa universalmente aceite (com poucas exceções) até meados do século XX.
Exposição: Luísa Jacinto, “Basta um só dia” | IMAGENS |
Quase sempre – se não sempre [a pintura de Luísa Jacinto] – e como ela tanto se amplia nas pequenas dimensões – está no mundo (dessa mesma pintura) como o coração num organismo. Quase sempre para deixar que surja numa espécie de ensaio pictórico – muito simples, com uma ou duas figuras – sobre a aparição de quem tenta e falha e hesita e silencia na cor do reduzido espaço em que se fecha (enquanto personagem em cena) na sua aventura do outro (e de si mesmo) e permanece em queda e erro no acerto sobre as palavras acerca do que nós amamos e muito, provavelmente, também acerca de quem é amado. A figuração de Luísa Jacinto diz a cada instante: «Nós somos deste mundo, mas neste mundo sentimo-nos entre estrangeiros.» E, todavia, gravita quase sempre numa aparente serenidade.
Deus é de todos porque todos lhe pertencem
Cada um diz: “Meu Deus”. Ele é de todos, dando a todos indistintamente a graça de poderem usufruir dele, estando todo em todos e em cada um. Que o pobre diga: “Meus Deus” e que o rico diga: “Meu Deus”. O pobre tem menos, o rico tem mais, mas prata, não Deus. Para poder chegar a Deus, o rico Zaqueu deu metade do seu património. Para poder chegar a Deus, Pedro deixou as redes e o barco. Para chegar até Deus, a viúva deu duas pequenas moedas. Para poder chegar até Deus, o que é mais pobre deu um copo de água fresca. Para poder chegar até Deus, o que é completamente pobre e necessitado, partilhou apenas a boa vontade. Todos deram coisas diversas, mas chegaram ao uno, porque não amaram a diversidade.
“As flores da guerra”: da desconfiança ao altruísmo | VÍDEO + IMAGENS |
Em 1937, em plena segunda Guerra Sino-Japonesa, tropas japonesas invadem a então capital da República da China de forma violenta, no que ficaria conhecido como o Massacre de Nanjing. Entre a disputa pela sobrevivência e a disparidade de valores dos vários ocupantes, o convívio inicial é francamente complicado. No entanto, perante a imprevista ocupação do convento por um grupo desgovernado de soldados japoneses, novos valores se levantam conduzindo os fugitivos a unirem-se em defesa do bem comum. Os laços entre todos estreitam-se de tal forma que uns virão a provar ser capazes de dar a vida não já pelos “outros”, mas pelos que entretanto assumem como “seus”.