É novo » 19.1.2014

Para Deus não há migrantes nem estrangeiros, apenas filhos que precisam de ajuda
A sina dos emigrantes é sempre difícil, especialmente no princípio. Durante vinte anos, a minha missão de padre foi trabalhar com os emigrantes em Washington. Havia muitos portugueses que tinham deixado as antigas colónias, depois da Revolução, e que procuravam uma nova vida na América. Mas a maioria eram refugiados hispânicos, que tinham escapado da América Central, onde as guerras civis tudo devastavam. Um dia, veio ter comigo um homem. Entregou-me uma carta da mulher, sentou-se e começou a chorar. A mulher estava zangada com ele por a ter deixado à fome, a ela e aos oitos filhos, no devastado El Salvador. Ela escrevia que tinha esperado mais de oito meses e que ele ainda não tinha mandado notícias nem dinheiro. O homem contou-me. então, que tinha deixado a sua aldeia em El Salvador e ido, ilegalmente, para Washington, porque se tinha tornado impossível fazer agricultura, com a guerra. Estava a viver num quarto que partilhava com mais seis homens e trabalhava em dois restaurantes a lavar pratos. Disse-me que ia a pé para o trabalho, para não gastar dinheiro no autocarro, e que não comprava comida, mas que comia os restos dos pratos sujos que lavava.

Migrantes: Papa Francisco pede criação de emprego e diz que é preciso passar do «medo» à «hospitalidade»
A mensagem do papa Francisco para o 100.º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, que a Igreja assinala a 19 de janeiro, apela a «um espírito de profunda solidariedade e compaixão» por quem deixa a sua terra em busca de uma vida melhor. «É necessário passar de uma atitude de defesa e de medo, de desinteresse ou de marginalização – que, no final, corresponde precisamente à “cultura do descartável” – para uma atitude que tem por base a “cultura do encontro”, a única capaz de construir um mundo mais justo e fraterno, um mundo melhor», frisa Francisco. No documento, intitulado “Migrantes e refugiados: rumo a um mundo melhor”, o papa vinca que «criar oportunidades de emprego nas economias locais impediria (…) a separação das famílias e garantiria condições de estabilidade e de serenidade para os indivíduos e comunidades».

O Evangelho das imagens | IMAGENS |
João deu mais este testemunho: «Eu vi o Espírito Santo descer do céu como uma pomba e permanecer sobre Ele. Eu não o conhecia, mas quem me enviou a batizar na água é que me disse: “Aquele sobre quem vires o Espírito Santo descer e permanecer é que batiza no Espírito Santo”. Ora, eu vi e dou testemunho de que Ele é o Filho de Deus».

— Agenda —

Lisboa
Visita guiada: “Circuncisão” no retábulo-mor da Igreja de São Roque
Igreja de S. Roque
16h30
Entrada gratuita, sujeita a inscrição prévia (máximo de 30 pessoas) pelos telefones 213 235 824 / 233 / 065 / 444

Porto
Debate e partilha: “Porto de Encontro”
José Tolentino Mendonça
Casa das Artes
17h00

Estoril, Cascais
Conferência/concerto: A arte dos instrumentos musicais na Idade Média
Pedro Caldeira Cabral
Auditório Senhora da Boa Nova
Ciclo de Concertos Explicados às Famílias – Os Períodos da História da Música
17h30
Bilhete normal: 5 euros; famílias numerosas, sénior e estudante: 2,50 euros; crianças (até aos 6 anos): entrada livre